Faltam poucos meses da COP30, que será realizada em Belém no mês novembro, o evento vai colocar (ainda mais) a Amazônia em evidência e pode levar a importantes discussões sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e o quão próximos estamos de um ponto de não retorno, aquele momento em que os impactos ambientais causados pelo homem se tornam irreversíveis.
Segundo o g1, esses marcos não dizem respeito unicamente à região amazônica, mas a diversos ecossistemas espalhados pelo globo que estão enfrentando mudanças ambientais extremas, com consequências que podem tornar a vida no planeta extremamente difícil.
Pesquisadores alertam para o risco que regiões diferentes da Terra estão correndo, desde possíveis colapsos em camadas de gelo de milhões de anos, a morte de recifes de corais e ainda a degradação na floresta Amazônica.
Pontos de inflexão climáticos podem ter consequências devastadoras para a humanidade. Está claro que estamos atualmente em uma trajetória perigosa – com pontos de inflexão provavelmente sendo desencadeados, a menos que mudemos o curso rapidamente.
Tim Lenton, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exter, no Reino Unido, em entrevista ao USA Today.
Floresta Amazônica é um dos exemplos mais visíveis
Um exemplo claro do que pode ocorrer no futuro próximo é o que acontece no extremo norte brasileiro. Estudo publicado na revista Nature afirma que a floresta Amazônica pode alcançar seu ponto de não retorno até 2050. Os pesquisadores destacam que cerca de 47% da floresta sofre com diversos fatores, como aumento da temperatura, desmatamento, queimadas e períodos de seca cada vez maiores.
Leia mais:
Se nada for feito até lá, o bioma simplesmente não conseguirá mais se regenerar, entrando em um ciclo de degradação que pode impactar não apenas na região, mas em todo o clima do planeta, já que a floresta é fundamental para a formação de chuvas no continente.
Estamos caminhando para pontos de não retorno globais

A Amazônia se tornou um ativo ambiental valioso e símbolo da causa ambiental, mas ela não é a única preocupação de pesquisadores. Estudo divulgado pelo USA Today incluem diversos outros ecossistemas que precisam de atenção urgente, incluindo:
- Destruição de recifes de corais em regiões de correntes marítimas quentes.
- Redução da área de gelo marinho no Ártico durante o inverno.
- Degelo acentuado do permafrost, solo que permanece congelado em todas as estações do ano.
- Perda de geleiras nas montanhas, principalmente na Groenlândia e Antártida Ocidental.
- Colapso de uma importante corrente atlântica que pode impactar o clima em todo o planeta.
- Morte de florestas boreais no hemisfério norte.
Todos esses eventos não são isolados. Pontos de não retorno estão correlacionados e podem impactar um ao outro. As queimadas na região amazônica jogam mais gás carbônico na atmosfera, contribuindo para o aquecimento que pode impactar outras regiões há milhares de quilômetros de distância.
“A maior floresta tropical do mundo é um dos pilares do sistema climático global, abrigando mais biodiversidade terrestre que qualquer outro lugar do planeta, exercendo grande influência nos padrões regionais de monções e sendo essencial para a produção agrícola em grande parte da América do Sul.”
Carlos Nobre, climatologista brasileiro em entrevista ao jornal the Guardian.
É tarde demais para evitarmos esses colapsos?

Apesar do ser humano ser o grande causador das mudanças climáticas, artigo publicado pela NASA afirma que “se parássemos de emitir gases de efeito estufa hoje, o aumento da temperatura global começaria a se estabilizar em poucos anos”. No entanto, essas temperaturas permaneceriam altas por muitos séculos.
A verdade é que os resultados só seriam sentidos pelas próximas gerações, o que demonstra a urgência em começar a agir. Se não houver a implementação de medidas para reduzir as emissões, a temperatura global pode aumentar entre 2,5 °C e 4,5°C até 2100. Mas de acordo com o artigo, ainda há tempo para mudanças e isso envolve dois pontos chave:
- Mitigação – que é a redução das emissões de gases com efeito estufa para a atmosfera.
- Adaptação – que trata das pessoas aprenderem a conviver e se adaptar com as mudanças que já começaram.
A pergunta que não quer calar é: será que as pessoas que decidem o futuro do planeta desejam implementar as mudanças necessárias? Apenas as próximas gerações serão capazes de responder se os políticos fizeram sua parte.
Fonte ==> Semanário SC