Salários iguais para mulheres poderiam injetar R$ 93 bilhões na economia

Salários iguais para mulheres poderiam injetar R$ 93 bilhões na economia

Empresas apontam experiência, metas e plano de carreira como principais motivos das diferenças salariais

Apesar do avanço na participação feminina no mercado de trabalho, a desigualdade salarial persiste: mulheres recebem, em média, 21,2% menos que os homens nas 54.041 empresas com mais de 100 funcionários, segundo a quarta edição do relatório de transparência salarial divulgado na segunda-feira (3). O estudo analisou mais de 19 milhões de vínculos empregatícios entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025, revelando que a remuneração média das mulheres é de R$ 3.908,76, enquanto a dos homens chega a R$ 4.958,43.

“As empresas precisam avançar na construção de planos de ação que promovam a igualdade salarial entre homens e mulheres dentro de suas empresas. Precisamos acelerar esse processo”, afirma Paula Montagner, subsecretaria de estatísticas e estudos do trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A proporção de mulheres ocupadas aumentou de 40%, em 2023, para 41,1%, em 2025, elevando o número de empregadas para 8 milhões. Com isso, elevou a massa de rendimentos das mulheres, passando de 34,1% para 35% do total. Se a massa de rendimento acompanhasse o aumento das mulheres no mercado de trabalho (41,1%), entrariam R$ 92,7 bilhões na economia. A massa de rendimentos dos homens é de 58,9%. Os dados do IBGE e PNAD Contínua também apontam o avanço maior das mulheres no mercado de trabalho. Entre o segundo trimestre de 2016 até o segundo trimestre de 2025, as mulheres ocupadas passaram de 37,9 milhões para 44,6 milhões. Já os homens passaram de 51,9 milhões para 57,7 milhões.

Os principais motivos apontados pelas empresas para as diferenças salariais são tempo de experiência na empresa (78%), metas de produção (64%) e plano de cargos e salários ou carreira (56%). O relatório aponta que, desde 2023, aumentou em 6,4% o número de estabelecimentos com diferença de até 5% nos salários médios para mulheres e homens. Permanecem muito elevadas as diferenças salariais entre mulheres negras e homens não negros. A diferença nos salários medianos de admissão é de 33,5% entre mulheres negras (R$1.836) e homens não negros (R$2.764,30).

Os estados com maior diferença salarial de remuneração média são o Paraná (28,5%) e o Rio de Janeiro (28,5%), seguido por Santa Catarina (27,9%), Mato Grosso (27,9%) e Espírito Santo (26,9%). Já os estados com a menor diferença são Piauí (7,2%), Amapá (8,9%), Acre (9,1%) Distrito Federal (9,3%), Pernambuco (10,4%), Ceará (9,9%) e Pernambuco (10,4%).

Com Agência Gov



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