Millennials desejam atuar fora das empresas de suas famílias

Millennials desejam atuar fora das empresas de suas famílias

Muitos millennials não se sentem atraídos pelos negócios familiares, seja pela falta de identificação com o setor, seja pelo desejo de construir carreiras próprias

A sucessão em empresas familiares tem sido um desafio há décadas, mas as mudanças de comportamento e expectativas em relação ao trabalho têm tornado o processo ainda mais complexo. Um estudo do Cambridge Family Enterprise Group, realizado com 403 membros de empresas familiares entre 18 e 32 anos de 47 países, revelou que, enquanto 42% desses jovens trabalham atualmente nas empresas da família, 56% expressam o desejo de atuar fora delas no futuro. “Empresas familiares enfrentam diversos desafios ao preparar sucessores millennials para assumir a liderança, sendo os principais relacionados a questões como ausência de planejamento adequado, desinteresse do sucessor e conflitos de valores. Esses fatores podem dificultar a transição geracional e comprometer a continuidade e o sucesso do negócio”, explica Bianca Aichinger, ex-executiva, coach e sócia-proprietária da consultoria Quantum Development.

A transição de liderança é sempre uma etapa complexa, mas em empresas familiares, há desafios adicionais devido às características únicas desse modelo de gestão. Muitas empresas familiares não possuem um plano formal de sucessão, o que pode causar incertezas e desorganização quando a troca de liderança se torna necessária. Sem uma estrutura clara, sucessores millennials frequentemente não recebem o treinamento ou as oportunidades necessárias para desenvolver habilidades de gestão. “Isso pode levar à falta de preparo técnico e emocional, dificultando sua aceitação como líderes pelos colaboradores e pela própria família”, detalha.

Muitos millennials não se sentem atraídos pelos negócios familiares, seja pela falta de identificação com o setor, seja pelo desejo de construir carreiras próprias ou pela percepção de que o negócio não oferece os desafios e propósitos que valorizam. Esse desinteresse é agravado quando há pressão por parte dos líderes atuais, gerando resistência e, em alguns casos, recusa à posição de liderança. Diferenças de valores entre os atuais líderes e os sucessores podem gerar tensões no processo de sucessão. Enquanto os líderes mais experientes priorizam tradições e estabilidade, os millennials frequentemente buscam inovação, flexibilidade e práticas alinhadas a questões sociais e ambientais. Essa desconexão pode dificultar o alinhamento estratégico e comprometer as relações familiares e empresariais.

Esse conteúdo é parte integrante da edição 349 de AMANHÃ. Acesse a publicação completa clicando aqui.



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