Logística brasileira em plena aceleração: e-commerce, galpões e tecnologia impulsionam o setor

O setor logístico brasileiro vive um momento de expansão acelerada e de impacto direto na economia nacional. Em 2024, o segmento movimentou cerca de US$ 104,7 bilhões, e a projeção é de crescimento consistente nos próximos anos, podendo ultrapassar a marca de US$ 129 bilhões até 2029.

A infraestrutura acompanha o ritmo. O estoque de galpões logísticos avançou com força, e a taxa de vacância caiu para o menor nível já registrado, de 7,9%. Nos primeiros três meses de 2025, a absorção bruta atingiu 1,1 milhão de metros quadrados — recorde dos últimos quatro anos. Esse movimento é impulsionado, sobretudo, pela escalada do e-commerce, que exige prazos de entrega cada vez mais curtos e uma distribuição integrada capaz de atender consumidores em todo o território nacional.

O crescimento também se reflete nos números gerais do setor. Relatórios recentes indicam que o transporte e a logística movimentaram R$ 63 bilhões em 2024, um salto significativo em relação aos R$ 54,3 bilhões registrados no ano anterior. Em dois anos, a alta acumulada chega a 84%, sinalizando uma retomada vigorosa e um ambiente competitivo cada vez mais acirrado.

A transformação não se limita ao espaço físico ou ao volume transportado. A tecnologia ganhou protagonismo absoluto. Robótica, inteligência artificial, Internet das Coisas, análise de dados em grande escala e sistemas de rastreamento em tempo real estão redesenhando o cenário operacional, elevando a eficiência, reduzindo custos e aumentando a precisão das entregas.

Para analisar esse cenário, a reportagem ouviu Jefferson Gomes da Silva, empresário com 18 anos de experiência no setor, que transformou uma Kombi usada em uma operação de frota própria atendendo grandes clientes.

“Esse desempenho mostra que o setor reconquistou sua relevância. A ocupação recorde dos galpões e a digitalização das operações exigem agilidade real — quem permanecer estático perde terreno”, afirma.

Segundo Jefferson, mais do que possuir veículos, a competitividade hoje depende de capacidade de resposta rápida, visibilidade total da operação e adaptação contínua às demandas do comércio digital. “Não basta ter caminhão; é preciso saber onde ele está, o que carrega e qual o impacto de cada quilômetro no custo final”, completa.

Com investimentos robustos, digitalização acelerada, recordes de ocupação e demanda crescente, a logística brasileira entra em um novo ciclo de oportunidades. Nesse cenário, empresas capazes de aliar experiência, tecnologia e flexibilidade estratégica estarão melhor posicionadas para liderar um dos setores mais dinâmicos da economia nos próximos anos.

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