Fungo capaz de matar o mosquito da dengue é criado por cientistas

imagem mostra a silhueta/sombra do mosquito da dengue com o pôr-do-sol no fundo

Microrganismo foi geneticamente modificado para liberar um aroma semelhante ao das flores, o que acaba atraindo os mosquitos

Mosquito da dengue (Imagem: mycteria/Shutterstock)

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Desde o início deste ano, foram confirmados cerca de quatro milhões de casos de dengue em todo o mundo. Além disso, a doença causou quase duas mil mortes. Um cenário que tem deixado autoridades de saúde em alerta.

Para piorar, as mudanças climáticas estão criando condições favoráveis para a expansão do mosquito Aedes aegypti para outras regiões do planeta, incluindo partes dos Estados Unidos e da Europa. Por isso, cientistas estão buscando novas formas de impedir o avanço da dengue.

Lírios brancos em um jardim
Fungo foi geneticamente modificado para liberar aroma semelhante ao das flores (Imagem: intst/iStock)

Mosquitos são atraídos por aroma liberado pelo fungo

Uma das esperanças vêm de um trabalho de pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. A equipe desenvolveu uma cepa de fungo capaz de enganar e matar mosquitos transmissores de doenças como dengue, malária e zika.

Método foi capaz de eliminar de 90% a 100% dos insetos (Imagem: Mark Sherwood e Raymond St. Leger/Universidade de Maryland)

Depois de observarmos que certos fungos conseguiam enganar os mosquitos, percebemos que poderíamos turbinar a atração modificando-os para produzir mais longifolene. Antes deste estudo, não se sabia que o longifolene atraía mosquitos.

Raymond St. Leger, pesquisador da Universidade de Maryland e coautor do estudo

Os pesquisadores explicam que os mosquitos que entram em contato com o fungo são infectados e morrem em poucos dias. Os experimentos mostraram que o método foi capaz de eliminar de 90% a 100% dos insetos. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Nature Microbiology.

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Mosquito Aedes aegypti é o responsável por transmitir vírus perigosos como o da dengue, zika e chikungunya (Imagem: khlungcenter/Shutterstock)

Método pode ser amplamente utilizado pelos países mais pobres

  • A equipe responsável pelo trabalho aponta que o fungo é inofensivo para pessoas e outros animais.
  • Além disso, o microrganismo pode ser cultivado em substratos simples e baratos, como fezes de galinha, cascas de arroz e restos de trigo.
  • Isso o torna acessível para países de baixa renda, que são justamente os mais afetados por doenças transmitidas por mosquitos.
  • O próximo passo é testar o método em larga escala antes de buscar aprovação regulatória.


Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.




Fonte ==> Semanário SC

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