Microrganismo foi geneticamente modificado para liberar um aroma semelhante ao das flores, o que acaba atraindo os mosquitos
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Desde o início deste ano, foram confirmados cerca de quatro milhões de casos de dengue em todo o mundo. Além disso, a doença causou quase duas mil mortes. Um cenário que tem deixado autoridades de saúde em alerta.
Para piorar, as mudanças climáticas estão criando condições favoráveis para a expansão do mosquito Aedes aegypti para outras regiões do planeta, incluindo partes dos Estados Unidos e da Europa. Por isso, cientistas estão buscando novas formas de impedir o avanço da dengue.

Mosquitos são atraídos por aroma liberado pelo fungo
Uma das esperanças vêm de um trabalho de pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. A equipe desenvolveu uma cepa de fungo capaz de enganar e matar mosquitos transmissores de doenças como dengue, malária e zika.

Depois de observarmos que certos fungos conseguiam enganar os mosquitos, percebemos que poderíamos turbinar a atração modificando-os para produzir mais longifolene. Antes deste estudo, não se sabia que o longifolene atraía mosquitos.
Raymond St. Leger, pesquisador da Universidade de Maryland e coautor do estudo
Os pesquisadores explicam que os mosquitos que entram em contato com o fungo são infectados e morrem em poucos dias. Os experimentos mostraram que o método foi capaz de eliminar de 90% a 100% dos insetos. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Nature Microbiology.
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Método pode ser amplamente utilizado pelos países mais pobres
- A equipe responsável pelo trabalho aponta que o fungo é inofensivo para pessoas e outros animais.
- Além disso, o microrganismo pode ser cultivado em substratos simples e baratos, como fezes de galinha, cascas de arroz e restos de trigo.
- Isso o torna acessível para países de baixa renda, que são justamente os mais afetados por doenças transmitidas por mosquitos.
- O próximo passo é testar o método em larga escala antes de buscar aprovação regulatória.
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.
Fonte ==> Semanário SC