Como funcionam os vapes? Entenda mais sobre os cigarros eletrônicos

Os vapes, também conhecidos como cigarros eletrônicos, se tornaram populares nos últimos anos como uma alternativa ao cigarro tradicional. Seu design moderno, sabores variados e a promessa (ainda controversa) de serem “menos nocivos” à saúde fizeram com que ganhassem espaço entre jovens e adultos.

No entanto, apesar da aparência tecnológica e do marketing chamativo, o funcionamento de um vape é baseado em um processo simples de vaporização que envolve eletrônica básica, líquidos com nicotina (ou não) e muita química por trás.

Vamos explicar como funciona um vape, do que ele é composto, quais são seus principais tipos, e como ocorre o processo de vaporização que transforma um líquido aromatizado em vapor inalável. Vale lembrar que, apesar de ser diferente de cigarros tradicionais, o vape ainda é um grande causador de doenças e pode trazer diversos malefícios a saúde, podendo até mesmo causar morte.

Além disso, a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos são proibidas no Brasil. Em 2024, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou a proibição de seu uso em recintos coletivos fechados, sejam eles públicos ou privados.

O que é um vape?

O vape é um dispositivo eletrônico projetado para simular a experiência de fumar, mas sem a queima do tabaco. Em vez disso, ele aquece um líquido chamado de e-liquid ou juice, até que ele se transforme em vapor, que é inalado pelo usuário. A ideia central é substituir a fumaça do cigarro por um vapor aromatizado, geralmente contendo nicotina.

Embora muitos associem o vape somente a um acessório de moda ou estilo de vida, o aparelho é, na prática, um pequeno sistema de engenharia portátil, com bateria, circuito eletrônico, resistência, algodão e um tanque de líquido. Tudo isso colabora para que o “trago” seja o mais suave e personalizado possível.

Imagem: iStock

Os principais componentes de um vape

Para entender como o vape funciona, é importante conhecer suas principais partes. Apesar de existirem vários modelos, a estrutura básica é bastante parecida:

1. Bateria

A bateria é o coração do vape. Ela fornece energia para aquecer a resistência. Em modelos mais simples, a bateria é embutida e recarregável via USB. Nos mais avançados, ela pode ser removível e até substituída por baterias mais potentes.

2. Atomizador

É onde acontece a mágica. O atomizador é o conjunto formado pela resistência (coil) e pelo algodão que absorve o líquido. Quando a bateria é acionada, a resistência aquece e vaporiza o juice.

3. Cartucho ou tanque

O cartucho (nos modelos mais simples) ou tanque (nos modelos avançados) é onde o líquido é armazenado. Alguns são descartáveis; outros, recarregáveis. O tamanho do tanque afeta diretamente a autonomia do vape.

4. Bocal (drip tip)

É por onde o vapor é inalado. Alguns modelos permitem a troca do bocal para personalização da experiência de uso.

Imagem: DedMityay/Shutterstock

Como o vape funciona na prática?

O processo de vaporização é o ponto-chave. Veja o passo a passo:

  1. O usuário aciona o botão (ou simplesmente inala, nos modelos automáticos);
  2. A bateria envia energia para a resistência (coil);
  3. A resistência aquece rapidamente e aquece o algodão embebido no juice;
  4. O líquido evapora, virando vapor;
  5. O vapor é inalado pelo bocal.

Esse processo acontece em questão de segundos. A quantidade de vapor gerada, a temperatura e até a intensidade do sabor podem variar de acordo com a potência do aparelho, tipo de resistência, tipo de juice e regulagens feitas pelo usuário (nos modelos mais avançados).

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O que tem dentro de um vape?

O juice usado no vape é uma mistura líquida composta, basicamente, por quatro elementos:

  • Propilenoglicol (PG): um líquido incolor, que ajuda a carregar o sabor e proporciona o “hit” na garganta, semelhante ao do cigarro convencional.
  • Glicerina vegetal (VG): responsável pela produção do vapor denso. Quanto maior a concentração de VG, mais vapor o vape produz.
  • Aromatizantes: essências que dão sabor ao vapor. Podem ser doces, frutadas, mentoladas ou até imitando o gosto de tabaco.
  • Nicotina (opcional): em diferentes concentrações. Existem juices com nicotina livre e os chamados sais de nicotina, que proporcionam absorção mais rápida e são mais suaves ao tragar.

Alguns vapes descartáveis já vêm com o juice incluso. Outros, como os “mods”, permitem a troca de líquidos, oferecendo mais controle sobre a experiência.

Tipos de vape: conheça os modelos

Existe uma variedade de modelos disponíveis, embora o comércio de vape seja proibido no Brasil:

  • Cigalike: feito para imitar o cigarro tradicional. Pequeno, discreto, geralmente descartável.
  • Pod System: compacto, com cartuchos recarregáveis ou descartáveis. São fáceis de usar e práticos para o dia a dia. Os pods dominam o mercado atualmente.
  • Mods: dispositivos maiores e personalizáveis. Permitem ajustes de potência, troca de atomizadores e diferentes estilos de vape.
  • Vape Pen: formato semelhante ao de uma caneta. São intermediários entre os pods e os mods. Costuma ser a escolha de quem quer autonomia e discrição.
Imagem: iama_sing/Shutterstock

O que diferencia os vapes dos cigarros tradicionais?

A principal diferença está no mecanismo: vapes não envolvem combustão, o que elimina a produção de alcatrão e monóxido de carbono, dois dos componentes mais prejudiciais do cigarro convencional.

Isso não quer dizer que sejam saudáveis (já abordamos esse tema em outro artigo), mas a tecnologia do vape gira em torno da vaporização, o que muda completamente o processo físico de inalação.

Além disso, vapes oferecem:

  • Variedade de sabores;
  • Controle da nicotina;
  • Menor odor;
  • Design discreto.

Apesar das polêmicas, a indústria dos vapes segue crescendo. Com regulamentações diferentes em cada país, o mercado busca novas formas de conquistar usuários e evitar restrições legais.

Tecnologias mais seguras, sistemas de recarga mais limpos e menos impacto ambiental estão no radar dos fabricantes. Além disso, cresce o uso de vapes para fins medicinais e terapêuticos, como no consumo de CBD em países onde é legalizado.

A estrutura de um vape pode parecer simples, mas envolve ciência, tecnologia e um mercado em constante evolução.

Mesmo que muitas pessoas enxerguem os cigarros eletrônicos como uma alternativa “menos pior” ao cigarro tradicional, é sempre importante lembrar que vapor não é sinônimo de segurança. O que muda é o mecanismo.




Fonte ==> Olhar Digital

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