Como estão as investigações sobre o assassinato de Miguel Uribe

Como estão as investigações sobre o assassinato de Miguel Uribe

O assassinato do senador e pré-candidato de direita à Presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay, está sendo investigado neste momento pela Procuradoria-Geral da Colômbia e pela Polícia Nacional do país. Uribe morreu nesta segunda-feira (11), após ficar dois meses internado, lutando pela vida, depois de ser baleado no dia 7 de junho, durante um evento de campanha em Bogotá.

Uribe era uma das principais vozes de oposição ao governo de Gustavo Petro no Senado e defendia políticas de segurança mais duras na Colômbia. Filiado ao partido Centro Democrático, ele obteve o maior número de votos entre os senadores eleitos em 2022.

Segundo informações, até o presente momento seis pessoas foram presas por suspeitas de envolvimento no crime. Entre elas está o adolescente de 15 anos apontado como autor material dos disparos que tiraram a vida de Uribe aos 39 anos. Segundo a procuradora-geral da Colômbia, Luz Adriana Camargo Garzón, o menor responde neste momento por homicídio agravado, porte ilegal de arma e uso de menor para a prática de crimes. Apesar das diversas provas e o vídeo do momento do ataque, o adolescente nega as acusações.

De acordo com os investigadores, o principal suspeito de liderar o atentado contra Uribe é Elder José Arteaga Hernández, conhecido como “Chipi” ou “Costeño”. Ele foi preso em julho. As autoridades o descrevem como chefe de uma organização criminosa que foi contratada para executar o crime. Segundo o general Carlos Fernando Triana, chefe da Polícia Nacional, Arteaga Hernández “seria o principal coordenador da ação criminosa, desde seu planejamento até sua execução”. As autoridades afirmam que ele teria recebido até 1 bilhão de pesos colombianos (cerca de US$ 246 mil, na cotação atual) para organizar o atentado contra Uribe.

Além do adolescente e de Arteaga Hernández, também foram detidos: Carlos Eduardo Mora González, acusado de fornecer veículo para transportar a arma; Katerine Andrea Martínez Martínez, suspeita de entregar a pistola Glock 9mm usada no crime; William Fernando González Cruz, apontado como responsável pela seleção do menor e apoio na fuga; e Cristian Camilo González Ardila, acusado de facilitar a saída do atirador do local. Todos negam envolvimento no ataque.

A investigação em curso já incluiu a análise de mais de mil vídeos, 43 depoimentos, sete buscas e apreensões e três retratos falados. Peritos confirmaram que a arma usada para matar Uribe, uma pistola Glock 9mm, foi comprada em 2020 no estado do Arizona, nos Estados Unidos, e ainda apuram como ela entrou na Colômbia.

Após o ataque contra Uribe, o presidente esquerdista Gustavo Petro fez uma declaração que gerou controvérsia e especulações na Colômbia e nas redes sociais, ao afirmar que “as leis e as normas nos obrigam a proteger a criança por ser criança (em referência ao atirador), porque se não cuidamos das crianças da pátria, não teremos pátria”. Petro afirmou em coletiva onde falou sobre o atentado contra Uribe que o adolescente responsável pelos disparos já havia passado por um programa governamental, do qual foi retirado por “demonstrar uma personalidade completamente conflitiva, sem capacidade de estabelecer vínculos intersociais”.

Apesar das prisões e do avanço na identificação dos executores, a Procuradoria ainda não confirmou a identidade dos reais mandantes do crime. A imprensa colombiana e a uma das linhas de apuração da Procuradoria apontam que o atentado pode ter sido encomendado por dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), possivelmente pela célula da “Segunda Marquetalia”. Contudo ainda não há provas concretas sobre esse envolvimento e, neste momento, todas as linhas de investigação seguem abertas e estão sendo analisadas.



Fonte ==> Gazeta do Povo

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