Assembleia Legislativa de SC sedia Encontro Estadual de Cozinhas Comunitárias e Solidárias

Assembleia Legislativa de SC sedia Encontro Estadual de Cozinhas Comunitárias e Solidárias

Encontro destaca papel das cozinhas solidárias e comunitárias no combate à fome

A Alesc foi palco na tarde desta quinta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação, do Encontro Estadual das Cozinhas Comunitárias e Solidárias de Santa Catarina.O evento foi marcado pelo lançamento de uma cartilha sobre o papel das cozinhas solidárias no combate à fome e na garantia da alimentação adequada e saudável.

O evento foi organizado pelo Núcleo SC da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea-SC) e pelo deputado Marquito (Psol).

O objetivo foi reunir representantes de cozinhas comunitárias e solidárias de diferentes regiões do estado, além de pesquisadores, poder público e sociedade civil, para debater experiências, desafios e políticas públicas que fortaleçam o direito humano à alimentação.

As cozinhas solidárias são iniciativas de voluntários com o objetivo de fornecer refeições, geralmente produzidas por meio de doações, para pessoas em situação de insegurança alimentar e em situação de rua. Já as comunitárias, apesar de ter o mesmo objetivo, geralmente contam com financiamento público, oferecendo refeições gratuitas ou a baixo custo.

“Infelizmente, temos em Santa Catarina populações e comunidades em insegurança alimentar e nutricional. Elas estão invisibilizadas, muitas vezes não se quer mostrar essa realidade”, afirmou o deputado Marquito.

“Essa discussão é importante para pressionarmos o poder público a investir em políticas públicas voltadas ao direito à alimentação adequada e saudável, e as cozinhas solidárias têm um papel importante nessa questão.”

Panorama

Marcela Veiros, do Núcleo SC pela Aliança, e o pesquisador Pedro Xavier da Silva apresentaram o resultado de um levantamento feito junto a cozinhas solidárias do estado. Conforme a pesquisa, foram identificadas 48 cozinhas, mas esse número deve ser maior, já que, por medo de represálias, muitas não se manifestaram.

O levantamento apontou que 75% das pessoas que atuam nessas cozinhas são voluntárias, e mais da metade são ligadas a ONGs e entidades religiosas.Quase 90% dos alimentos servidos são fruto de doação.

“São heróis e heroínas que conseguem com muito pouco dar conta do recado e cumprir uma demanda que é de responsabilidade do Estado”, afirmou Silva.

A pesquisa concluiu que a existência de mecanismos mínimos de financiamento ou institucionalização para as cozinhas amplia a escala de atendimento, reduz a precarização do trabalho voluntário e possibilita estabilidade operacional.

Para o deputado Marquito, os dados da pesquisa são importantes para o enfrentamento da insegurança alimentar, bem como para pressionar o poder público a executar as políticas públicas voltadas à área.

Depoimentos

O encontro também foi marcado por relatos de voluntários que atuam em cozinhas voluntárias de todo o estado. Eles apontaram as dificuldades de manter o fornecimento das refeições e das restrições impostas pelo poder público, em especial nos casos de pessoas em situação de rua.

“Há uma política autoritária que quer negar comida, que é o básico do princípio cristão”, comentou Marquito.

Roselei Petry, do Consea-SC, ressaltou que os desafios do conselho são grandes e destacou a importância de fazer as cozinhas solidárias chegarem a todas as regiões do estado.

Já Carolina Bresolin Maia, do Núcleo SC pela Aliança, lembrou que a entidade defende políticas públicas para que a alimentação seja um direito concreto e não um privilégio de poucos.

Cartilha

O encontro foi encerrado com o lançamento da cartilha sobre cozinhas solidárias.

O documento contém explicações sobre o que são e como funcionam essas cozinhas, seu papel como equipamento de combate à fome, fontes de financiamento e recursos para assegurar seu funcionamento, além das principais demandas para o fortalecimento e ampliação do número de cozinhas no estado.

Ainda, traz orientações para adesão ao Programa Cozinha Solidária e sugere os cuidados necessários caso não haja interesse em participar do programa.


Perguntas Frequentes

O que são cozinhas comunitárias e solidárias?
São espaços que produzem e distribuem refeições gratuitas ou a baixo custo para pessoas em vulnerabilidade social, operando com voluntariado, doações e, no caso das comunitárias, apoio público.

Qual a diferença entre cozinhas solidárias e comunitárias?
As solidárias funcionam sobretudo com doações e trabalho voluntário; as comunitárias, em geral, contam com financiamento público e maior institucionalização.

Por que Santa Catarina precisa dessas iniciativas?
Apesar do desenvolvimento econômico, há bolsões de insegurança alimentar e nutricional; as cozinhas ampliam o acesso à alimentação adequada e saudável.

O que traz a cartilha lançada no encontro?
Conceitos, funcionamento e papel das cozinhas, fontes de financiamento, principais demandas do setor e orientações para adesão ao Programa Cozinha Solidária.

Qual foi o papel da Alesc no evento?
Sediar o Encontro Estadual, promover o debate público e apoiar a articulação entre cozinhas, gestores e sociedade civil no Dia Mundial da Alimentação.



Fonte ==> Semanário SC

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